Rio Grande do Sul tem maior alta do comércio em agosto no Brasil

minuto_varejo_comercio_protasio_alves_jornaldocomercio_4-10357209

O comércio do Rio Grande do Sul teve a maior alta em volume de vendas no setor no Brasil em agosto frente a julho. O setor cresceu 2%. O desempenho, divulgado na manhã desta quarta-feira (18) pelo IBGE, refere-se ao chamado varejo restrito, que vai de combustíveis, supermercados a vestuário, móveis e farmácias. Na média do Brasil, o setor teve queda de 0,2% no confronto com o mês anterior.

Em julho, o Rio Grande do Sul havia registrado elevação de 2,1% na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) no varejo restrito. O resultado havia sido o terceiro melhor no País. No País, a alta ficou em 0,7%.

No varejo ampliado, com venda de veículos, materiais de construção e atacarejos (supermercado com estilo de atacado mas venda para consumidor final), os estabelecimentos gaúchos venderam 1,1% mais em agosto. Em julho, o volume dos segmentos do conceito ampliado avançaram 3,9%. No País, o aumento ficou em 1,3% em agosto.

O desempenho gaúcho é quase exceção no País, pois apenas mais quatro unidades da federação tiveram alta (Distrito Federal, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina) e Amazonas ficou com variação 0%. Os 21 estados que restaram fecharam agosto com queda no comércio restrito. No recorte ampliado, apenas Mato Grosso do Sul e Pernambuco cresceram em vendas, a exemplo do Estado.

Já na comparação anual, com agosto de 2022, o comércio gaúcho restrito teve aumento de 5,3%, e o ampliado de 5,9%. O segmento restrito figura com alta de 1,8% no acumulado de 2023 e de 3,3% em 12 meses até agosto. No ampliado, a elevação é de 2,9% nos oito primeiros meses do ano e de 3,4% em 12 meses.

Supermercados foram um dos dois segmentos com maior elevação nas vendas em agosto, frente a 2022

 

 

 

 

 

 

 

As vendas de combustíveis (11,3%), supermercados (8,2%) e artigos farmacêuticos, higiene e saúde (6,6%) puxaram a alta regional, comparando com o mesmo mês do ano passado. Os combustíveis reverteram a queda que chegou a 12,9% em julho.

Já tecidos, vestuário e calçados, que compõe o grupo de vestuário, a queda na venda chegou a 10,3% (depois de alta de 3,5% em julho, sempre na comparação com o mesmo mês do ano anterior), indicando que, passada a temporada mais fria e até de liquidações da troca de estação, os lojistas voltam a sentir impactos de demanda menos aquecida ou de consumidores com bolso mais restrito ou afetados pela restrição da inadimplência, que se mantém alta.

Móveis e eletros seguiram na mesma batida, apenas com recuo menor, de 4,2%. Em julho, haviam apresentado alta de 3,7%. Outro setor que não veio bem em agosto foi o de ivros, jornais, revistas e papelaria, com volume de venda 28,2% mais baixo. Fechando a lista de quedas, aparecem equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com desempenho negativo de 11,6%.

No ampliado, veículos ostentaram alta de 10,5% – com resquícios ainda das vendas associadas ao programa do de descontos do governo federal e com base mais deprimida de 2022 -, e atacarejos, de 10%. Já materiais de construção vieram com queda de 3,4% no volume vendido. É o segundo mês de recuo. Julho registrou -0,9%, depois do sinal positivo com avanço de 3,4% em junho. Materiais de construção sentem mais o custo do crédito.

Brasil teve queda em 20 das 27 unidades no varejo restrito em agosto
No País, o varejo restrito acumula alta de 1,6% de janeiro a agosto de 2023 com relação ao igual período de 2022, e de 1,7% no acumulado dos últimos 12 meses, contabilizando até agosto. No comércio ampliado, o volume de vendas acumula aumento de 4,2% no ano e 2,7% em 12 meses.

O IBGE destacou que o volume de vendas do comércio restrito teve equilíbrio entre taxas negativas e positivas, na passagem de julho para agosto. Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,2%), Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), obtiveram taxas negativas. Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%), Combustíveis e lubrificantes (0,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,2%), e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%) tiveram taxas positivas de julho para agosto de 2023.

Já os setores do comércio ampliado apresentaram comportamento distinto: crescimento de 3,3% para Veículos e motos, partes e peças e variação de -0,1% para Material de construção.

Avanço nas vendas no comércio ampliado foi regsitrado por 14 das 27 unidades da federação. As maiores elevações foram verificadas em Paraíba (17,2%), Tocantins (5,4%) e Roraima (3,8%). Frente a agosto de 2022, as vendas tiveram resultados positivos em 13 das 27 unidades. No comércio varejista ampliado, 14 das 27 unidades da federação ficaram no positivo.

Legenda foto da capa: “Mas o Rio Grande do Sul apresentou queda em segmentos como vestuário e móveis e eletros”

Patricia Comunello/Especial/JC

Jornal do Comércio, edição de 18/10/2023.

Compartilhe: