Em setembro de 2022, o estoque total de crédito do sistema financeiro nacional (incluindo recursos livres e direcionados) variou 2,2% em relação ao mês anterior. Já na comparação com setembro de 2021 houve avanço de 16,8% – ambos em termos nominais. Com isso, o saldo totalizou R$ 5,2 trilhões, conforme divulgado pelo Banco Central. Como proporção do PIB, o montante total de crédito atingiu 55,0%.
As concessões nominais de crédito somaram R$ 526,2 bilhões em agosto, registrando variação de 0,3% no mês em relação ao mês anterior. Na comparação das concessões acumuladas em 12 meses, em relação aos 12 meses anteriores o aumento nominal de 23,6%. Especificamente quanto ao crédito com recursos livres, que tem taxas negociadas diretamente entre banco e os tomadores, o aumento nominal em 12 meses foi de 25,2%, com alta de 27,3% no crédito às empresas e, para as famílias, aumento de 23,3% – taxas que, apesar de ainda altas, seguem em desaceleração desde março de 2022.
A taxa média de juros para as operações de crédito com recursos livres teve variação de -0,2 p.p. em setembro, registrando 40,2% a.a., com queda de 0,4 p.p. na taxa às famílias (53,7%) e aumento de 0,1 p.p. na taxa às empresas, indo para 22,9%. No mesmo período do ano passado essas taxas eram, respectivamente, 41,2% e 17,0%.
Quanto à inadimplência, no que tange a recursos livres, houve nova elevação de 0,1 p.p. da taxa na comparação com o mês anterior, registrando 4,0% – no mesmo mês do ano passado era de 3,0%. Em setembro o aumento na inadimplência foi de 0,1 p.p. tanto para empresas quanto para famílias, de forma que as taxas registraram 1,9% e 5,7% respectivamente, taxas que em setembro do ano anterior estavam em 1,6% e 4,2%.
Com a Selic estacionada, mas em patamar alto, os dados da inadimplência vêm apontando elevação mês-a-mês para famílias, que, apesar de estar ainda aquém do pico da série, já roda acima do pré-pandemia e atingiu a maior taxa desde agosto de 2017. No entanto, os dados sobre composição de dívidas para as famílias, modalidade que corresponde à renegociação de dívidas, mostram nova e importante elevação (8,5% em relação à agosto e 35,3% ante o setembro do ano passado), indicando um esforço por parte das famílias de buscar melhores condições de pagamento, trocando crédito mais caro por dívidas com taxas menores, em um cenário em que a estimativa do comprometimento da renda das famílias (em termos de pagamento dos empréstimos) atingiu 29,4% em agosto, percentual que marcava 25,5% um ano atrás.
Fecomércio RS – 28/10/2022.