A caneta que o empresário tanto precisa

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Vilson Noer

Retomada. Essa é, sem dúvida, a palavra mais importante para os gaúchos neste segundo semestre. Difícil mensurar o impacto da enchente avassaladora que o nosso Estado sofreu, com queda da arrecadação do ICMS em 32% até o dia 15 de junho, mais de 22 mil empregos de carteira assinada que foram perdidos e um acumulado de números que ainda estão sendo contabilizados. Foram vidas, sonhos, lares, negócios, espaços públicos, escolas, hospitais… algo que ninguém estava preparado para enfrentar.

Nosso estado contribui com mais de R$ 60 bilhões por ano em recursos federais e recebe de volta em torno de R$ 14 bilhões apenas. Fizemos nossa parte para o desenvolvimento do País e na hora que mais precisamos não somos tratados como clientes que somos do governo federal!

O incalculável já está sendo cobrado. Empreendedores de diferentes segmentos têm salários, impostos e todo o custo operacional para honrar. Muitos perderam tudo e precisam recomeçar literalmente do zero enquanto outros fecharam as portas de vez por falta de recursos. Para tentar minimizar tamanha catástrofe, é preciso que a União entenda que é necessário mais atenção para o nosso Estado, pois os valores liberados até então não estão sendo suficientes para a reconstrução.

A pandemia nos trouxe muitas lições sobre recomeços e deixou um legado de exemplos de gestão de crise. A suspensão de contratos com o pagamento do seguro desemprego é uma das medidas necessárias, no mesmo modelo da época do Covid. Além disso, ainda é preciso ampliar o pagamento de salários-mínimos de dois para quatro meses. Urgente também investir na infraestrutura que ajuda a minimizar enormes prejuízos na logística do RS!

A burocracia sempre foi a principal inimiga do desenvolvimento econômico e o acesso às linhas de crédito traduzem a realidade de muitos empresários gaúchos. Vale lembrar que estamos em 2024 e que discurso político só é válido quando é transformado na prática, pois cada vez menos os cidadãos são enganados por falas de compaixão institucionais.

O povo brasileiro demonstrou união e efetividade com incansáveis ações de solidariedade para reerguer o Estado, acolhendo, doando e investindo tempo e saúde mental para ajudar conhecidos e desconhecidos. Agora, está mais do que na hora de quem tem o poder da caneta na mão fazer o que é preciso ser feito.

Empresário e presidente da Federação AGV

JORNAL DO COMÉRCIO – 14/08/2024

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