Frente ao 1º trimestre de 2024, o PIB brasileiro apresentou aumento de 2,9%, e no acumulado em 4 trimestres houve aumento de 3,5%, acelerando levemente ante os 3,4% registrados no segundo trimestre
De acordo com o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o trimestre imediatamente anterior, acelerando em relação ao quarto trimestre (alta de 0,1%). Assim, o PIB totalizou R$ 3,0 trilhões em valores correntes no primeiro trimestre. Frente ao 1º trimestre de 2024, o PIB brasileiro apresentou aumento de 2,9%, e no acumulado em 4 trimestres houve aumento de 3,5%, acelerando levemente ante os 3,4% registrados no segundo trimestre.
Na comparação com o trimestre anterior, pelo lado da oferta, o aumento refletiu o crescimento de 12,2% da Agropecuária e de 0,3% dos Serviços, enquanto a Indústria teve queda de 0,1%. A queda nesse setor refletiu o balanço entre os recuos de Indústria de Transformação (-1,0%) e Construção Civil (-0,8%), com os aumentos em Indústrias Extrativas (2,1%) e Eletricidade e Gás, Água, Esgoto, Ativ. de Gestão de Resíduos (1,5%). Nos Serviços, Informação e Comunicação (3,0%), Atividades Imobiliárias (0,8%) e Outras Atividades de Serviços (0,8%) puxaram as altas. O Comércio teve alta de 0,3%. Apenas a atividade de transportes registrou queda (-0,6%). Pelo lado da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo (3,1%), o Consumo das Famílias (1,0%) e o Consumo do Governo (0,1%) apresentaram crescimento. No Setor Externo, houve aumento de 2,9% nas exportações e de 5,9% nas importações.
Na comparação com o mesmo período de 2024, sob a ótica da produção, a alta de 2,4% da Indústria foi impulsionada por três segmentos: Construção Civil, com 3,4%, Indústria de Transformação, 2,8%, e Eletricidade e Gás, Água, Esgoto, Ativ. de Gestão de Resíduos, 1,6%. A Extrativa cresceu 0,2%. Os Serviços tiveram aumento de 2,1%, com todas as atividades registrando crescimento. Informação e Comunicação cresceram 6,9%, Outras Atividades de Serviços cresceram 2,5%, Atividades Financeiras 2,1%. O Comércio apresentou crescimento de 2,1%, as Atividades Imobiliárias 2,8%, Transportes, Armazenagem e Correio 1,1% e Adm., Defesa, Saúde e Educação Públicas e Seguridade Social 0,5%. Ainda nessa base de comparação, pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias teve alta de 2,6%, enquanto o Consumo do Governo variou 1,1%. A Formação Bruta de Capital Fixo (que mede a parcela de produto utilizada para realizar investimentos) avançou 9,1%. No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram alta de 1,2%, enquanto as Importações de Bens e Serviços aumentaram 14,0% no primeiro trimestre de 2025.
Conforme esperado, o grande destaque do primeiro trimestre foi a agropecuária, com crescimento impulsionado pela forte safra de soja, avançando depois de um 2024 fraco par o setor (-3,2% em 2024). Na indústria, estabilidade, e nos Serviços uma leve aceleração ante o fim do ano anterior e o destaque, entre os segmentos, novamente de Informação e Comunicação (cerca de 3,5% do PIB, com dinamismo sustentado diante do avanço da digitalização). Pelo lado da demanda, nota-se reação importante do consumo das famílias ante o final do ano passado, conforme esperado, com suporte sobretudo do aumento real do salário mínimo e também de outras iniciativas de liberação de recursos (liberação parcial do saldo do FGTS a trabalhadores demitidos sem justa causa que estavam na modalidade saque-aniversário, saques do programa pé-de-meia etc.), além da sustentação do mercado de trabalho e impulso ainda importante do crédito às famílias. No comparativo com o mesmo trimestre do ano passado, o consumo das famílias perde força, mas ainda assim cresce 2,9%.
Para o segundo trimestre, ainda teremos os efeitos da nova modalidade de crédito ao trabalhador (contando apenas em abril com R$ 3 bilhões adicionais em novas concessões de crédito) e alguma contribuição do mercado de trabalho, que segue bastante resiliente. Todavia, os diferenciais do impulso ao consumo devem ser menores em relação ao primeiro trimestre, de forma que o consumo das famílias deve arrefecer. No segundo semestre, no entanto, espera-se uma acomodação maior em resposta aos efeitos do elevado patamar dos juros que aumenta o custo do crédito, também encarecido na pessoa jurídica pela elevação do IOF. A dúvida segue sendo a magnitude e o momento da desaceleração, considerando que os sucessivos estímulos promovidos por medidas do executivo federal seguem mascarando e tardando o necessário esfriamento da economia – que segue operando acima da sua capacidade e, portanto, pressionando a inflação.
Fonte: Fecomércio-RS