Até 2024, a lacuna de talentos no Brasil na área de tecnologia será de 530 mil pessoas. Um cenário que preocupa as empresas na medida em que trava projetos e, com isso, o crescimento. Com uma lógica de pensar e executar soluções que resolvam essa dor do mercado, dentro de uma visão associativista, o Instituto Caldeira, em parceria com grandes nomes do mercado, apresentou ontem uma iniciativa ousada: o Campus Caldeira.
A plataforma para a educação, um dos pilares do hub de inovação, ocupará o segundo andar da sede do Instituto, e já conta com residentes como IMED, Fundação Dom Cabral, Fundação Tênis e GetEdu, parceiro Google for Education, que terão programação de formação e educação recorrente no local.
“O Instituto Caldeira tem a ambição de construir e pavimentar um ecossistema de inovação competitivo no Rio Grande do Sul. Desde o primeiro dia, sabíamos que o maior problema para consolidarmos isso é a falta de talentos ligados à nova economia”, avalia o CEO do hub de inovação, Pedro Valério. Para ele, se o Rio Grande do Sul quer ocupar um espaço de protagonismo na inovação global, precisa olhar para a educação de forma coesa e pragmática.
O presidente do Conselho do Instituto Caldeira, Marciano Testa, destacou mais essa iniciativa do Caldeira. “Nos Estados Unidos, as universidades sabem trabalhar muito bem nas dores das empresas. É importante que consigamos estimular uma conexão cada vez mais próxima entre as instituições de ensino e as empresas”, disse.
Um dos exemplos dessa proximidade é a IMED, que terá uma unidade no Campus Caldeira e está investindo investindo R$ 10 milhões no curso de CIência da Computação. A instituição é uma das fundadoras do Instituto Caldeira e será a única com curso de graduação no novo espaço.
A nova estrutura marca mais um avanço no projeto de expansão da IMED, iniciado em 2020. O curso de Ciência da Computação terá como um dos diferenciais a formação com direcionamento ainda maior para o mercado de trabalho, com disciplinas construídas em parceria com grandes corporações.
“Contaremos com parcerias de empresas na implantação de parte das aulas e certificações fornecidas por elas ao final das disciplinas. Desta forma, na conclusão dos semestres, os alunos já terão conhecimentos comprovados para atuar profissionalmente desde o início da graduação”, ressalta o presidente da IMED, Eduardo Capellari.
As inscrições para o curso de Ciência da Computação no Campus Caldeira serão abertas ainda neste semestre e a primeira turma inicia em 2023. No Instituto Caldeira também passarão a operar as vice-presidências de Inovação Acadêmica e de Mercado da IMED, assim como a diretoria de Graduação.
“O Campus Caldeira vai propiciar uma ebulição de ideias, conhecimento e competências. Certamente as pessoas formadas aqui vão contribuir, e muito, para a inovação e competitividade do Estado”, projeta José Galló, presidente do Conselho de Administração das Lojas Renner, uma das fundadoras do Caldeira.
A primeira ação concreta do Campus Caldeira é o Programa Nova Geração, que irá empregar mais de 500 jovens talentos da rede pública, de 16 a 24 anos. Além da qualificação técnica, os jovens receberão capacitações para desenvolverem habilidades socioemocionais, como educação empreendedora.
O Programa Nova Geração, que conta com a gestão de Felipe Amaral, conta com a parceira de players gigantes do mercado, como a Amazon Web Services (AWS), o Google, a Microsoft, a Oracle e a Salesforce. “O Campus Caldeira é um lugar que tangibiliza inovação, conexão e empreendedorismo”, destacou o presidente da Oracle Brasil, Alexandre Maioral, durante o evento.
A multinacional está disponibilizando 500 vagas para trilha de educação de 400 horas, o Oracle Next Education. A ideia é que os alunos aprendam sobre tecnologias, como Java e cloud, e empreendedorismo. “O mercado está muito carente de pessoas especializadas em tecnologia, e isso limita as empresas a crescerem, e também o próprio desenvolvimento do País”, ressalta o executivo.
Legenda e foto da capa: “Iniciativa conta com nomes de peso para impulsionar a capacitação de novos profissionais”
Instituto Caldeira/Divulgação/JC
Patricia Knebel
Jornal do Comércio, edição de 07/07/2022.