Crise climática: apoio aos produtores rurais gaúchos

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Com as mudanças do clima dos últimos anos, após três estiagens consecutivas, o Rio Grande do Sul foi vítima da maior tragédia climática de sua história, com chuvas extremas e enchentes em 2024, seguidas de nova e severa estiagem em 2025.

Fenômenos climáticos que trouxeram perdas irreparáveis, abalo patrimonial, bem como a descapitalização e endividamento de produtores rurais, que tiveram muitos de seus financiamentos de juros controlados, renegociados à taxas variáveis atreladas à Selic, formando uma crise de dívidas e custos crescentes entre perdas de safras e queda dos preços dos grãos.

Em nosso Estado, que tem bases socioeconômicas alicerçadas no agronegócio, a crise no campo gera prejuízos em todos os setores, desde o transporte, a indústria, o comércio, os cerealistas, os bancos, etc., e até a perda de arrecadação e o déficit fiscal que inviabiliza serviços públicos, políticas sociais e ambientais, comprometendo o reerguimento dos gaúchos.

Neste sentido, a partir do debate técnico setorial, levantamos inicialmente as seguintes alternativas individuais e coletivas para enfrentarmos os desafios desta crise:

  • Utilização das prerrogativas do Manual de Crédito Rural para produtores rurais com capacidade de pagamento inviabilizada pelos fenômenos climáticos extremos, prorrogando vencimentos nas mesmas condições de juros controlados, mediante apresentação de laudo agronômico e segundo as regras legais vigentes;
  • Movimento organizado protocolando documentos necessários à securitização de obrigações vencidas e a vencer, vinculadas às frustrações climáticas;
  • Fórum Técnico para elaboração de um modelo de Gestão de Crise para pequenos e médios produtores rurais, favorecendo o planejamento da recuperação econômica para pleitear alternativas de refinanciamento público e apoio ao FIAGRO-RS;
  • Um movimento da sociedade civil clamando por medidas federais à altura dos fenômenos climáticos no RS, com apoio ao PRONAF, PRONAMP e ao FIAGRO-RS, para resgatar capacidade produtiva na promoção da segurança alimentar.

 

Num mundo onde mais de 730 milhões de pessoas passam fome, numa terra com tantas riquezas naturais, nossa responsabilidade pela segurança alimentar vem sendo vencida por uma tecnocracia que impede a evolução sustentável, deixando como legado a inviabilidade econômica do RS, o êxodo de pequenos e médios produtores de alimentos, as dívidas, a fome.

Entre secas e inundações, em meio ao sofrimento do povo gaúcho, precisamos trazer à tona políticas públicas que por ação ou omissão, ampliam fragilidades no lugar de resiliência.

Porque com toda tecnologia atual, o RS não foi capaz de reservar água em larga escala, nem amortecer inundações com barragens e muito menos triplicar a área irrigada. A sociedade gaúcha continua reclamando da falta de respostas públicas, enquanto sabotamos a estabilidade produtiva das safras, desperdiçando crescimento econômico, arrecadação e alimentos.

Precisamos enfrentar a gravidade da crise, agilizando alternativas sustentáveis para dívidas e oportunidades, resgatando a produção de alimentos e reconhecendo os prejuízos ao meio ambiente desta postura de entraves, cúmplice de sucessivas crises humanitárias.

Depois de tudo que passamos juntos, é nosso dever mobilizar a opinião pública até que a sensatez e a solidariedade surjam na forma de políticas públicas. Ninguém fica pra trás!

Fonte: Federasul

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