Entidades Empresariais Gaúchas alertam sobre possíveis impactos de projetos em votação na Assembleia Legislativa

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Senhores Deputados Estaduais,

Como é de seu conhecimento, a Assembleia Legislativa deve votar, nas últimas sessões
plenárias do ano, um conjunto amplo de projetos de lei, em sua maioria de autoria do Poder
Executivo. Reconhecemos o nobre intuito do Governo Estadual, que procura aprovar com
celeridade medidas que, em sua visão, são benéficas para o desenvolvimento socioeconômico
do estado.

Na visão das entidades que representam as empresas gaúchas, contudo, algumas
propostas que compõem esse conjunto merecem uma discussão mais profunda e
cautelosa, considerando seus possíveis efeitos colaterais de longo prazo.

Em primeiro lugar, temos o dever de alertar para o fato de que o pacote em análise pelo
Parlamento inclui propostas que aumentam a participação estatal na economia gaúcha.
Estas medidas parecem desalinhadas com os esforços que o Estado tem empreendido nos
últimos anos para reduzir o tamanho do setor público em áreas não essenciais, nos quais o
próprio Governo Eduardo Leite tem destacado mérito.

Além de propostas que ampliam o capital de empresas estatais, destacamos,
especialmente, o Projeto de Lei nº 353/2024, que permite ao Estado adquirir participações
minoritárias em empresas privadas. Políticas públicas desse tipo devem ser avaliadas com
a máxima parcimônia, visto que, historicamente, têm mostrado resultados pouco eficazes.

Adicionalmente, solicitamos sua atenção com algumas propostas que,
independentemente de sua autoria e mérito representam aumento de despesas
primárias correntes, em especial com folha salarial. Além de elevar o gasto público de modo
permanente, tais iniciativas não parecem coerentes com a situação fiscal de um estado que
tem procurado, sucessivamente ao longo das últimas décadas, aumento de carga tributária
sobre seus cidadãos, devido à escassez de recursos. A criação de despesas recorrentes tende
a restringir a capacidade do governo de realizar investimentos, que podem melhorar a
infraestrutura produtiva, criando condições para que o Estado cresça a taxas mais elevadas,
com uma economia mais eficiente e competitiva.

Por fim, não podemos deixar de mencionar a iniciativa do Projeto de Lei nº 363/2024, que
destina uma parcela das receitas do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL)
para o Fundo de Reaparelhamento do Ministério Público (FRMP). Nos parece fundamental
avaliar com maior cautela a medida, tendo em vista os possíveis riscos de conflito de interesses
gerados pela mesma.

Finalizamos esta manifestação lembrando que o Governo do Rio Grande do Sul, de maneira
geral, tem atingido resultados positivos na administração de suas finanças. Desde 2021, o
Estado apresentou três superávits primários consecutivos, algo raro em sua história fiscal: dos
últimos 24 anos, apenas em 6 deles houve superávit, sendo metade após as reformas
implementadas pela atual gestão.

Manter essa trajetória positiva exige que o Estado continue priorizando alocações eficientes de recursos. Sabendo do senso de responsabilidade que tem sido demonstrado pelo Parlamento Gaúcho, agradecemos a atenção dispensada a temas importantes para o futuro da economia do RS.

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