Análise dos componentes do ICF-RS, no entanto, trouxe sinais de reação em vários componentes
A Fecomércio-RS divulgou nesta terça-feira, dia 25, a edição de outubro da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias do Rio Grande do Sul (ICF-RS). De acordo com os resultados, o ICF registrou 75,2 pontos, registrando variação de 0,2% ante setembro e, em relação a out/21, apresentou recuo de 3,7%. A relativa estabilidade do ICF na margem resultou do balanço entre os indicadores que tiveram elevação ante set/22 – renda atual, nível de consumo atual, acesso a crédito, perspectiva de consumo – e o indicador da perspectiva profissional, que teve nova queda forte na passagem do mês e, dessa forma, impediu o avanço do ICF.
O indicador de perspectiva profissional da pesquisa, que teve recuo ante set/22 de 9,5% e caiu para 57,4 pontos, capta se há, ou não, uma expectativa positiva (de melhora) profissional nos próximos seis meses. Em outubro, 62,3% dos entrevistados não esperam nenhuma melhora, percentual que era 59,1% em set/22 e, em out/21, 54,9%. Quem não espera melhora profissional não necessariamente espera uma situação pior, de forma que os resultados do indicador – em queda há seis meses – podem refletir uma revisão da percepção das famílias quanto ao espaço (cada vez menor) para avanços no mercado de trabalho – algo em linha com um quadro em que a dinâmica do emprego tende a perder força e se acomodar ao longo dos próximos meses.
Diante dessa ponderação, a elevação na margem de quatro indicadores – renda atual (92,9 pontos; +1,7% ante set/22), nível de consumo atual (75,0 pontos; +1,2% ante set/22), acesso a crédito (95,7 pontos; +3,6% ante set/22) e perspectiva de consumo (70,8 pontos; +2,0% ante set/22) – pode sinalizar um certo fôlego nas condições de consumo em outubro. Outros dois indicadores do ICF tiveram variações menores: momento para duráveis (38,4 pontos; +0,2% ante set/22) e emprego atual (95,9 pontos; -0,5% ante set/22). Apesar de positivo, os indicadores seguem abaixo dos 100,0 pontos. “Apesar da reação positiva de alguns indicadores, o ICF-RS segue em patamar pessimista, indicando que segue prevalecendo a cautela nas decisões de consumo das famílias gaúchas”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Na comparação com o mesmo período de 2021, o ICF registrou queda (-3,7%), com maior influência negativa dos indicadores de momento para duráveis (-38,2% ante out/21) e perspectiva profissional (-17,6% ante out/21). Sobre esse resultado, complementou o presidente: “O consumo dependente de crédito tem perdido força, quadro que ainda era atenuado um ano atrás quando a taxa básica de juros – mesmo que já em curso de elevação – era menos da metade do patamar atual. No mercado de trabalho, a forte recuperação que seguiu em curso em 2022 também tende a se acomodar, com reflexos sobre o espaço percebido pelas famílias de melhora no mercado de trabalho”.
Fecomércio RS – 25/10/2022.