Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua Trimestral), do IBGE, a taxa de desocupação média do Rio Grande do Sul foi de 5,4% no primeiro trimestre de 2023, registrando aumento em relação ao trimestre anterior, que tinha taxa de desemprego em 4,6%, enquanto na comparação com o mesmo período de 2022 houve redução (7,5%). Essa é a taxa de desocupação mais baixa para o trimestre desde 2014, quando também foi registrada taxa de desocupação igual a 5,4%. Com esse resultado, o RS ficou com a quinta menor taxa de desocupação do país, juntamente com o Paraná, que registrou a mesma taxa.
O contingente total de ocupados variou -0,4% na comparação com o último trimestre de 2022 (variação sem significância estatística), enquanto os desocupados registraram aumento de 16,4% nessa mesma comparação. A força de trabalho variou 0,3%, porém não foi estatisticamente significativo de acordo com o IBGE. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, a variação dos ocupados foi de 3,2%, enquanto o contingente de desocupados, por sua vez, registrou recuo de 27,3%.
O rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas foi de R$ 3.167 no quarto trimestre de 2022, tendo queda de 2,8% em relação ao primeiro trimestre de 2022 e variação de 6% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. A massa de rendimento real atingiu o montante de R$ 18,2 bilhões, o que representou uma queda de 3,2% frente ao último trimestre de 2022 e uma variação de 9,4% na comparação com o trimestre encerrado em março de 2022.
Os dados do primeiro trimestre de 2023 reforçam um mercado de trabalho com bastante resiliência. No comparativo com o ano passado, observa-se um aumento na taxa de participação simultaneamente à queda da desocupação, com elevação do rendimento médio real habitual e na massa de rendimentos. A alta da desocupação nos meses inicias do ano na comparação com o trimestre imediatamente anterior reflete os desligamentos de muitos trabalhadores temporários contratados, especialmente no comércio, para atender o aumento de demanda típica do final do ano, em um movimento claramente sazonal. Para os próximos meses, os reflexos do amadurecimento da política monetária restritiva devem fazer efeito sobre a atividade, com reflexos sobre o mercado de trabalho. Entretanto, o mercado de trabalho tem surpreendido, o que pode levar a uma desaceleração menos intensa do que a inicialmente esperada.
Fecomércio RS – 18/05/2023.
