Estado supera mil empresas em atividade na modalidade e se consolida como o terceiro maior ecossistema do país
Em 2022, o Rio Grande do Sul rompeu a barreira das mil startups em atividade. Ao longo do ano, a quantidade de empresas, nos mais diferentes estágios de maturidade, avançou 73% – de 661, em dezembro de 2021, para 1.144, atualmente. De acordo com os dados do startup base, desenvolvido pela ABStartups, os ecossistemas de Porto Alegre, São Leopoldo, Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e Canoas detêm a maior concentração do mercado no Estado.
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O salto ocorre em meio ao cenário, considerado positivo, e passa pela evolução do interesse por inovação nas grandes corporações e o aumento exponencial dos investimentos. Gustavo Araújo, CEO e cofundador da consultoria Distrito, que reúne informações do segmento, lembra que em 2019, ano anterior à pandemia, foram aportados US$ 3,5 bilhões em startups no Brasil. Em 2021, após alta de 177,1%, os registros indicam US$ 9,7 bilhões.
— Um crescimento brutal de investimento de venture capital (via fundos) que cria um ciclo positivo no mercado. Há muito dinheiro sendo alocado em tecnologia e, ao mesmo tempo, um amadurecimento dos ecossistemas, com mais empresas buscando inovação digital e em contato com as startups — anota.
Araújo também percebe maior equilíbrio entre a relação de risco e retorno do que no passado recente. Segundo ele, o fator amplia a quantidade de empreendedores e gera uma valorização robusta das empresas.
— São startups que resolvem problemas complexos com boas oportunidades. Por essa razão, é muito comum ver executivos de altas posições deixando seus cargos para empreender — resume.
Dentro da nova leva de startups gaúchas, Rafaela Mendes Reinehr e os sócios, Guga Ferreira e Júlia Lorenzon, literalmente “uniram a fome com a vontade de comer”. Durante a pandemia, Rafaela que é formada em administração, comentou com a amiga e nutricionista, Júlia, a respeito da dificuldade de encontrar comidas saudáveis, apesar dos filtros disponíveis nos aplicativos de delivery tradicionais.
— Recorria muito aos pedidos e até ia para os apps com boa intenção, mas acabava caindo em tentação. Esse foi um problema que aconteceu com muita gente e tem relação direta com o ambiente alimentar digital. Ou seja, há muita exposição de opções de fast food em redes sociais e streamings de séries e filmes, que acabam influenciando a escolha do consumidor. Resolvemos criar uma alternativa de delivery com curadoria de nutricionistas para dar segurança aos consumidores — conta a empreendedora.
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Legenda e foto da capa: “Júlia (E), Rafaela (C) e Guga, da Pede que Nutre, plataforma de delivery que atua com curadoria de nutricionistas”
Jonathan Heckler / Agencia RBS
Rafael Vigna